sexta-feira, 8 de abril de 2011

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Dois assuntos que me incomodam.

Muito, muito, muito, muito triste o que aconteceu na escola do Rio de Janeiro ontem! Passei o dia assim chocada, triste, pois como todos sabem trabalho em escola e vocês não tem noção do carinho que a gente sente pelas crianças ( mesmo tendo uns muito irritantes). Me solidarizo com a equipe da escola, e fica aqui um abraço muito apertado para os professores que estavam em sala de aula ontem e se depararam com uma monstruosidade dessas cometida por um ex aluno.
Tudo muito triste, mas no meio disso tudo tem um fato que me incomoda muito. Por que a impressa precisa frisar tanto e tantas as vezes que o monstro que cometeu esse crime horrível era filho adotivo?
Podem reparar que o " adotivo" é postado em letras garrafais como se fosse uma explicação para o ato cometido. Nunca li uma manchete do tipo: " Suzane Von Richtofen, filha biológica, assassinou os pais". Mas se fosse adotiva o " adotivo" viria em vermelho no jornal.
Quando eu conto para as pessoas que tenho filhos, digo que tenho FILHOS, para o bem ou para o mal são apenas filhos. Quando preciso salientar que são adotivos, é apenas para que as pessoas  entendam que ser mãe adotiva é sim uma opção tão feliz quanto gestar um filho na barriga, a única diferença é que filho adotivo se gesta na cabeça e no coração.
Fico triste ao ver tanta ênfase a filiação do sujeito, parece que ele trazia em seu DNA  defeitos provenientes da família biológica. Cheguei ouvir na rua ontem " isso que dá criar filho dos outros". Não respondi, pois se respondesse naquele momento seria mais ignorante que a ignorante que proferiu essa frase.
Outro assunto que me incomoda é perceber a raiva que alguns pais adotivos tem dos pais biológicos de seus filhos, chegando a achar uma afronta a vontade do filho de conhecer a sua história. Gente, filho adotivo não é carro 0 KM que só passa a rodar quando está com a gente, ele conviveu no mínimo 9 meses na barriga de uma pessoa que tinha sentimentos e sensações que lhes foram passadas todo esse tempo. Se o filho chega mais " velhinho" , traz consigo toda uma história que precisa ser respeitada.
A " mãe verdadeira" sou eu que os crio com amor, carinho e limites, mas existiram outras duas as quais eu tenho uma dívida de gratidão imensa, pois se elas os tivesse abortado eu não seria tão feliz e completa hoje. Quando me perguntam sobre elas, respondo sempre com a verdade, sem me melindrar ou sentir ciúmes. Se eles chegaram até a mim é porque essa missão é minha e agradeço a Deus por ela em todos os momentos felizes ou tristes que passamos juntos.
Meus filhos são minha alegria, e se Deus quiser serão grandes pessoas, independente da barriga em que tenham sido gerados, ou pela casa onde tenham sido criados, serão bons pois eles tem essa essência.


Gente bom fim de semana, com muito sol e com o carinho das pessoas que vocês amam!
Beijos
Glau